segunda-feira, 19 de março de 2012

Vida cultural de Frei Paulo II




Eu era um menino de 11 anos , quando o Grupo Teatral de Frei Paulo encenou a peça “O Santo e a Porca” de Ariano Suassuna, a comédia encantou nosso povo. Eu sempre tive vontade de participar do grupo, mas a minha vocação era musical, então pedi a Unaldo Sena, o diretor para cantar uma música na abertura. Então ele colocou um violão à minha disposição e encarei o desafio me apresentando para a platéia que lotava a área coberta do Educandário, toda sociedade freipaulistana estava presente. Confesso que deu um frio na espinha de ver tantas caras e pares de ouvidos escutando a minha voz, naquele tempo uma estridente voz de menino. Mas entre mortos e ferido a apresentação levantou aplausos da platéia. Lembro que cantei “ Felicidade” de Caetano Veloso:
Felicidade foi se embora
G/F Em
E a saudade no meu peito ainda mora
Am Dm
E é por isso que eu gosto lá de fora
G C
Porque sei que a falsidade não vigora


C F
A minha casa fica lá de traz do mundo
G C
Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar
C F
O pensamento parece uma coisa à toa
G C
Mas como é que a gente voa quando começa a pensar

A letra e música combinam perfeitamente com o saudosismo que trazemos no peito, a saudade de um passado que nos remete a boas lembranças. Dos amigos inesquecíveis e das experiências vividas em nossa cidade natal. Nesse dia após me apresentar fui para a platéia, e ao lado do meu pai, dei muitas gargalhadas com a magistral interpretação dos atores freipaulistanos. Era um clima tão agradável que a palavra felicidade por destino ou coincidência era o que eu vivia naqueles momentos inesquecíveis. Um tempo que certamente está na mente de muitos conterrâneos que tiveram o privilégio de ser contemporâneo, de um tempo de efervescência cultural e de muita vontade de viver. Depois cada um tomou seu rumo e escreveram sua própria história, algumas belas outras tristes. Alguns comédia outros drama. É Assim é a vida.

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