quinta-feira, 8 de março de 2012

A fonte luminosa


A administração de Rubéns Andrade, eleito no início dos anos 70, pelo MDB, foi um exemplo de administração que deu a Frei Paulo inúmeras obras. Pena que o mandato era de 2 anos, pouco tempo para que aquela rara gestão, por um partido de oposição pudesse mostrar para que veio. Em dois anos pavimentou ruas , construiu o Grêmio Sesquicentenário, o clube que agora foi demolido pelo atual prefeito para o projeto ”Praça da Juventude”. Entre as obras mais arrojadas da administração oposicionista estava a reforma da Praça Capitão João Tavares um dos logradouros mais valorizados de Frei Paulo, ponto de encontro da juventude. Lembro como se fosse hoje de como era linda essa praça. As arvores seculares davam sombra, e no centro um coreto, mais adiante, um obelisco em homenagem aos expedicionários mortos na segunda grande guerra. Chamado por nós de “a pedra”, ali à noite, tornou-se um ponto de reunião de vários personagem da vida freipaulistana. Estavam lá todos os dias para contar casos ou mesmo jogar conversa fora.
Esse monumento foi simplesmente destruído pela administração de Dr. Rúbens. Para em seu lugar colocar um monstrengo que chamavam de fonte luminosa. Pois essa tal fonte luminosa jamais acendeu. É um local perdido, ermo, ninguém mais se atreveu a freqüentar, preferindo o coreto para as retretas joviais. Certa feita Sergio de Zé Pequeno, escreveu um texto que bem descreve esse monstrengo que ao longo de outras administrações foi sendo reformado , mas que nunca deu certo. Dizia o poeta em seu texto no jornal O Ajo: “Erguido no meio da praça, pobre arquitetura sem graça , lá está o sorvetão”
Quem observa o tal monstrengo tem a impressão que foi um sorvete de despencou da mão de um gigante e caiu ali. A tal fonte luminosa, sempre às escuras possue um lago com suas água esverdeada pelo limo e pelo abandono, pois assim que acabou a administração do MDB, o velho PDS voltou a reinar com sua política de omissão com os bens públicos. Algo nada salutar para esses tempos de Dengue. O monstrengo atravessou mais de quatro décadas às escuras.
Essa obra de reforma da praça, foi um tiro que saiu pela culatra, jamais Frei Paulo voltará a ter uma praça tão bonita como era naquele tempo, ainda lembro do deprimente espetáculo da derrubada das árvores, homens munidos de machado apostavam com quantas machadadas tal árvore cairia. Foi muito triste.
Aquele local que chamávamos de “a pedra" posuía uma lápide de algo histórico da cidade, lembro que ao destruir o monumento , funcionários da prefeitura com muito cuidado preservaram a tal pedra com sua inscrição no mármore branco, que chegavam a reluzir nos fins de tarde. Foi de lá que certa vez gritei que era um urubu e num mergulho desastrado lasquei a testa, derramando muito sangue e dando um baita susto nos meus pais.
Há poucos dias falei com o prefeito de Frei Paulo, Zé Arinaldo Filho e ele me disse que vai fazer alguma coisa na fonte luminosa, talvez iluminar ou quem sabe até sumir com ela do mapa. Tai uma coisa em Frei Paulo que nunca vai fazer falta.

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