quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Retaliação do Governo: deputada cobra posição do PSB


Maria Mendonça rompe com Governo e entrega cargos no Executivo
Maria Mendonça: "PSB tem que tomar posição" (Foto: Cássia Santana)

A deputada Maria Mendonça (PSB) fez um duro discurso no plenário da Assembleia Legislativa para justificar a sua posição em apoio à antecipação das eleições no Poder Legislativo Estadual, que culminou com a reeleição da deputada Angélica Guimarães, na segunda-feira, 27. Maria Mendonça anunciou rompimento oficial com o governador Marcelo Déda e revelou que orientou seus liderados, que possuem cargos de confiança no governo, a devolvê-los a Marcelo Déda.

As pessoas indicadas por Maria Mendonça têm prazo de 24 horas para limpar suas respectivas gavetas e colocar os cargos à disposição do governador, conforme anunciou a parlamentar no plenário da Assembleia Legislativa. A deputada Maria Mendonça, apesar de não participar do grupo liderado pelo senador Eduardo Amorim (PCS) – o pivô do racha na base do Governo – participará de reunião convocada pelo empresário Edvan Amorim para avaliar os efeitos da antecipação das eleições da Assembleia e debater a posição que a bancada adotará em relação ao Governo no Poder Legislativo Estadual.

A reunião acontecerá com todos os parlamentares que seguiram a orientação do PSC pela recondução, de forma antecipada, da deputada Angélica Guimarães à Presidência da Casa, e demais lideranças políticas aliada dos irmãos Amorim acontecerá na tarde desta quarta-feira, às 16h, em local não divulgado.

A deputada Maria Mendonça não antecipa, mas confirmou que cobrará posição do senador Valadares (PSB) quanto às retaliações feitas pelo Governo aos aliados dos Amorim, que elegeram, de forma antecipada, a nova mesa diretora da Assembleia Legislativa. “Vou conversar com o senador Valadares, que a liderança do nosso grupo, e o PSB tem que tomar uma posição. Não posso carregar a pecha de traidora que estão querendo me imputar”, desabafou.

Ela informou que na segunda-feira, 27, recebeu telefonema pessoal do governador Marcelo Déda pedindo para que ela não acompanhasse o grupo liderado por Angélica Guimarães para antecipar o pleito. Mas, para a parlamentar, o momento lhe soou tardio. “O governador disse que não aceitava (a antecipação) e pediu para eu escolher”, revelou. Optando pela eleição na Assembleia Legislativa, o governador teria dito a Maria Mendonça que ela seria classificada como adversária.

Maria Mendonça confessa que não acreditou na ameaça, pensando que o governador estaria reagido naquele momento por estar com “a cabeça quente”, mas reconhece que Marcelo Déda falhou, enquanto liderança política, por não ter debatido com os parlamentares o processo sucessório da mesa diretora com certa antecedência. “O governador falhou quando não usou da sua habilidade, da prerrogativa de governador, para conduzir o processo”, disse.

A retaliação a Maria Mendonça está explícita no Diário Oficial desta quarta-feira, 29, com a exoneração de Maria do Carmo Mendonça Andrade, da diretoria de Atendimento do Detran, uma irmã da parlamentar. Maria Mendonça garante que a posse da irmã dela no cargo do Detran é indicação do próprio presidente do órgão, Bosco Costa, em retribuição a favores pela dobradinha que fizeram nas eleições passadas.

Por Cássia Santana

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Governador demite três, tem mais na lista negra de Déda


A ruptura dita pelo governador Marcelo Deda (PT), na segunda-feira (27), em entrevista ao jornalista Diógenes Brayner, mostra, nesta terça-feira (28), o tamanho da fenda deixada pela realização da eleição antecipada da mesa diretora da Assembléia Legislativa, que reelegeu a deputada Angélica Guimarães, presidente da Casa, para o biênio 2013/2014.

Na manha desta terça-feira (28), o governador convocou, por volta das 10 horas, os então secretários de estado, deputado Zeca da Silva (Sedetec), João das Graças (Articulação Política) e Marcelo Freitas (Trabalho) e anunciou a sua decisão em demiti-los.

Ainda não se sabe o teor da conversa mantida entre o governador e os ex-secretários, porém o certo é que Zeca da Silva volta para a Assembleia Legislativa, e sai o deputado suplente, radialista Gilmar Carvalho (PR).

Na segunda-feira (27), depois de realizada a eleição antecipada da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, o governador Marcelo Déda anuncia que faria uma ampla reforma no Governo. A informação é de que na noite do mesmo dia, o governador iniciou as mudanças que faria em sua equipe, para demitir aqueles que estão na Administração por força da aliança formada em 2010 e dentro de um Governo de coalizão.

O governador Marcelo Déda tem consciência de que ficou com a minoria na Assembléia Legislativa: “não é a primeira vez que enfrento problema do tipo”, teria dito, e reagiu com a mesma pressa com que fora realizada a eleição antecipada. Déda chegou a dizer que aliados seus juntaram-se com a oposição com o objetivo contrariar o desejo de parte expressiva da base aliada.

Um auxiliar da área política do Governo disse que a antecipação das eleições da Mesa Diretora, foi um “estupro”, pela forma com que foi realizada: “o governador não poderia agir diferente, porque o objetivo foi mostrar força dentro de uma base que dá apoio e sustentação ao Governo que eles, de alguma forma, passaram por cima”.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O bar de Zé Pequeno


Na verdade, o conceito de bar, supõe-se um local onde se pode tomar uma bebida. No bar de Zé Pequeno, não vendia cerveja nem cachaça, mas era um ponto que reunia um grupo grande de pessoas, todo por conta das mesas de sinuca e bilhar que eram as melhores de Frei Paulo. As tacadas rolavam de cedinho até altas horas. Quando Zé Pequeno queria tomar um trago, atravessava a rua, ia ao bar de Zé Totonho e enchia uma lata de óleo salada usada a guisa de copo. Zé Pequeno era um sujeito alegre, muito brincalhão, sorridente, mas quem passasse dos limites no interior do seu estabelecimento provava a sua austeridade que era impressionante. Ele detestava quem não sabia perder e exaltado batia com o taco nas mesas ou coisas do gênero. Quando alguém fazia isso, ou entrava sem camisa no bar, ele surgia do nada e aplicava um corretivo no folgado. Casado com D. Vanda era patriarca de uma prole numerosa: Garrincha,Muel, Lete,Sergio, Celso,Tarzan,Fael,Cuxita e Denal.
Era prazeroso o ver narrando suas aventuras, eram tantas histórias, que prendia a atenção de uma fiel platéia. Possuía um ciclo amplo de amizades em Frei Paulo, e também de ilustres visitantes. Um cara antológico, autêntico, não estava nem ai para agradar ninguém. “É hora de tirar o barato” chegava ele no meio das disputas. A principal mesa de sinuca do bar era profissional, nela assistíamos exímios jogadores mostrar suas habilidades no taco. Os filhos de Zé Pequeno, criados no meio do jogo, desenvolveram técnicas de sinuca apuradas. O mais velho, Garrincha, era simplesmente imbatível, quem o desafiava amargava a derrota.
Zé pequeno amava o jogo e as cartas. Num local reservado, no fundo do grande salão dos bilhares, o carteado atraía diversos jogadores, alguns até ilustres. Zé Pequeno, sempre sério na hora do jogo, fiscalizava as partidas, tirava barato, mas também expulsava sem cerimônia quem se atrevesse a dar palpite. Peru com ele não tinha vez, todos sabiam disso e por isso o respeitavam.
Outra grande paixão de Zé Pequeno era a criação de pássaros, e também galo de raça, ele atravessava a praça vindo de sua casa, com um galo debaixo do braço, com a mesma naturalidade que um executivo carrega sua maleta.
Ele criava passarinhos, mas os dele, nem sempre eram engaiolados, ele possuía uma habilidade ímpar como adestrador. Certa feita andava as voltas com um Sofrê, que começou a criar desde pequenininho. Nas manhãs quando eu ia cedinho para o Educandário, passava em frente ao bar e observava Zé Pequeno com um palito de picolé alimentando com papa o filhote de Sofrê. Colocou nele o nome de Bevenuto. O pássaro era criado solto e onde Zé Pequeno ia bastava assoviar que ele saia de onde estivesse e pousava no seu ombro. Onde está a chave? Perguntava ele ao passarinho. O bicho pegava um paliteiro plástico com o bico, abria a tampa, tirava o que tinha dentro: um paninho e outras quinquilharias e pegava a chave e dava ao seu dono.
Todos ficavam impressionados com a paciência que tinha com os bichos e de como conseguia adestrar para fazer artes, contando assim, parece até mentira. Certo dia, um visitante, desses cheios da grana, viu as habilidades de Bevenuto e ofereceu uma grande soma de dinheiro pelo pássaro. Zé Pequeno também demonstrava desapego e vendeu o passarinho. Poucos dias depois, lá estava ele com outro filhote de sofrê, alimentando com papa no palitinho, mas nenhum outro fazia as peripécias do tal Bevenuto, levado para outra cidade pelo rico visitante.
Zé Pequeno, colocava na porta do estabelecimento longos bancos de madeira onde um grupo se sentava para contar estórias. Ele também participava. Às vezes, a procissão estava passando e ele lavando os pés numa bacia, um ritual que não combinava. Muitas beatas torciam o nariz ao ver a cena, e ele cantando uma canção meio obcena, não tava nem ai. Já com idade avançada, era forte, mas os problemas de visão se agravaram, mas nem por isso perdia o bom humor e um largo sorriso que era sua marca registrada.

Descaso: pacientes oncológicos enfrentam via-crúcis



Uma situação extremamente grave e que pode levar a morte de pacientes oncológicos por falta de assistência adequada por parte do município. O relato é descrito pela promotoria da saúde do Ministério Público Estadual que entrou com uma ação contra a Prefeitura de Aracaju para regularização do serviço a pacientes oncológicos. A promotora Euza Missano salienta que existem filas para realização de procedimento cirúrgico oncológico e, ainda, ausência de controle do fluxo de pacientes com neoplasias.
Uma situação considerada constrangedora já que pacientes aguardam em longas filas para realização da cirurgia, mesmo após diagnóstico de suspeita de neoplasias, mesmo após terem ciência da patologia e não ser possível a realização de cirurgia para cura.
Via-crúcis
De acordo com a ação o paciente do município é encaminhado pelo Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), para o único prestador contratado, que é o Hospital de Cirurgia que, recebendo o paciente, através do profissional cirurgião oncológico, marca a cirurgia, de acordo com a agenda do médico assistente e do próprio centro cirúrgico do hospital, somente emitindo a Autorização para Internação (AIH), 15 dias antes da realização do procedimento cirúrgico.
O problema é que após o encaminhamento do paciente ao Hospital de Cirurgia o controle do fluxo do paciente é perdido. A ação descreve que o paciente fica completamente perdido na “rede” de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS), dependendo, exclusivamente da agenda do profissional, médico oncologista cirurgião.
Sem prazo
Sem regulamentação através do sistema do Nucaar o usuário fica dependendo, exclusivamente do hospital contratado e da agenda do médico, cirurgião, passando meses sem receber a assistência necessária, sem qualquer conhecimento pelo Município de Aracaju.
O fato foi admitido pelo município durante audiência pública realizada no ano passado “Foi informado pelo Município de Aracaju que não há, pelo Nucaar o controle de lista de espera para a realização de cirurgias oncológicas no município de Aracaju. Os médicos, em suas especialidades, após diagnóstico da doença do paciente, prepara a sua agenda com a inclusão do nome do paciente e somente encaminha para o Nucaar quando consegue agenda em sua agenda própria a cirurgia, emitindo a AIH ao Nucaar, já que, após a autorização desta, tem o prazo de 15 dias para a realização do procedimento cirúrgico”, salienta a ação.
Multa
Na ação o Ministério Público pede seja estabelecido, no prazo de 30 dias a regulação específica do controle de fluxo de pacientes oncológicos formando cadastro respectivo de usuários do Sistema Único de Saúde com diagnóstico ou suspeita de neoplasias, através do Nucaar. O procedimento cirúrgico não pode ser realizado em prazo superior a 30 dias, após diagnóstico. Além da contratação, no prazo de 60 dias de mais um prestador para a realização das cirurgias. Também fica determinado no prazo de 10 dias, lista de pacientes que aguardam procedimento cirúrgico oncológico.
Em caso de descumprimento o município pagará multa diária no valor de R$10 mil reais.


Por Kátia Susanna

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Seu Hilarino , antes de tudo um patriota


Na minha terra natal, sempre se honrou as datas. O calendário parecia congelado naquele instante de minha vida em que tinha apenas 13 anos. Fome de conhecimento e de livros, eles foram isolados por uma política anticultural, talvez, fruto da ditadura militar. Isso aconteceu no Educandário Imaculada Conceição onde me iniciei nas primeiras letras. Naquele local que fora transformado em sala de aula, as professoras adotavam métodos educacionais, digamos assim, meio ortodóxos. Coisas do tipo, colocar de castigo diante de uma parede, e as enfadonhas sabatinas. Nestas rodadas de perguntas sobre temas como geografia e ciências,português e matemática, terminavam em bolos e mãos inchadas e no humilhante ajoelhar-me sobre grãos de milho.
Fizeram o absurdo de esconder os livros da rica biblioteca do Educandário, onde constavam obras primas como Fernão Capelo Gaivota e Róbson Cruzué,autores como Dante e Shakespeare,Augusto dos Anjos, Drumond, Bandeira e etc. O patriotismo imperava na cidade e homens como Seu Hilarino, conservador por natureza, nacionalista de carteirinha e adepto da Arena. Partido que abrigava o que havia de mais retrógrado na política sergipana, fora bem votado e eleito vereador.
Hilarino era um homem, cujo pragmatismo, estrapolava as raias da perfeição. Esposo fiel e dedicado a D. Caçula e aos filhos Zé Carlos, Toninho e Paulinho. Morava numa casa bem confortável na rua do Cinema. Era um homem que impunha respeito, pela sua conduta ilibada. Foi matraqueiro da Igreja Católica e o fogueteiro oficial da cidade de Frei Paulo. Ele arriscava a vida, num show pirotécnico alucinante, por ele mesmo elaborado com explosivos de alto teor. Preparado com melindroso planejamento para o sete de setembro e festa do Senhor São Paulo.
Uma certa vez, num sete de setembro , vi ele sobressaltado correndo alucinado entre estampidos, escapando fedendo das perigosas séries explosivas planejadas com muita competência por esse abnegado mártir que ele era. E boicotado por um grupo formado por mim, Escorrego, Bento de Diógenes, Airton de Nicinha e outras pecinhas do mesmo quilate. As alvoradas regadas a explosões e pipocar de foguetes carregados de cargas de bombas "de dicuri" e "bombas de respostas", aconteciam no dia 2 de julho na Festa de São Paulo. O padroeiro querido e milagroso, cantado com devoção nas procissões. As 5 da manhã lá estava seu Hilarino munido com um tição de fogo provocando um espetáculo pirotécnico de rara beleza.
De plantão no local, a molecada para catar bombas que teimavam em não explodir. Uma brincadeira pra lá de perigosa que já custou dedos arrancados. As bombas "de dicuri" são como pequenas granadas e as "de resposta" podiam até matar uma pessoa. Alheio ao perigo,catavamos elas no meio da fumaceira, algumas ainda fumegantes prestes a explodir. Em seguida retirava-se a pólvora para utilizar em ronqueiras ou para fabricar "bombas de parede"
Ele um dia se aproximou de mim , que tinha a má fama de moleque, aliás o pior moleque de São Paulo Moleque, com um portifólio de presepadas inomináveis. Ele resolveu assumir a impossível tarefa de me transformar num menino normal. ” Vou fazer de você um homem” disse ele iludido e esperançoso. Em sua frente a partir daquele dia me transformei em um santo, tudo com o firme propósito de demonstrar a ele minha regeneração. Mas não demorava muito entrava numa ou outra monumental enrrascada. E os comentários não paravam: “ O Fio de Helena botou um gato na geladeira”, o Fio de Helena tocou fogo na serra” “O Fio de Helena jogou sabão em pó na cisterna” O fio de Helena soltou um gato da torre da igreja com um paraquedas feito com o lenço da irmã. O pior, é que eles estavam certos. Naqueles dias a cidade fora assolada por uma praga de sapos.

Viúva de motorista ainda não se sente justiçada


O advogado Antônio Sampaio critica a ação da polícia na morte de Leidson Reis (Foto: Portal Infonet)O encontro entre a viúva de Leidson Reis e o promotor de Controle Externo do Ministério Público Estadual (MPE) aconteceu no final da manhã dessa sexta-feira, 24, na sede do MPE. O objetivo da conversa, da qual também participou o advogado de Maria Cristina Terto, foi levar ao órgão público a forma como atuaram os oficiais da Polícia Militar (PM) que estiveram na cena da morte do motorista no último dia 11 de fevereiro.
Para o advogado Antônio José Sampaio, os oficiais que atenderam ao chamado e compareceram ao shopping não agiram da maneira correta. “Nossa visita ao MPE tem como objetivo tratar da forma como a polícia procedeu nesse caso, viemos comunicar os erros cometidos pelos oficiais”, explica o advogado. Em relação ao inquérito policial que foi concluído pela polícia, o advogado diz confiar no trabalho realizado, e também acredita que se existir outros culpados, esses também serão penalizados. “O inquérito policial só pôde penalizar o culpado pelo delito. Se houver mais pessoas ou mesmo empresas que possam ser responsabilizadas, elas serão, mesmo que na esfera civil”, finaliza.
A viúva continua afirmando que não ficará satisfeita enquanto não houver justiça para o caso. “Eu ainda não acho que a justiça foi feita, como é que quatro pessoas agridem um homem e apenas um é preso?”, questiona Maria Cristina. Com a visita ao MPE ficou definido que será protocolado um documento na próxima segunda-feira, 27, e há possibilidade de reabertura do inquérito acerca da morte.
Morte
Leidson Reis dos Santos, de 38 anos, morreu após confusão envolvendo seguranças de um shopping da capital. As investigações acerca do caso foram conduzidas pelo delegado Flávio Albuquerque, que concluiu o inquérito na última quinta-feira, 23, e o segurança Carlos Alberto Santos, de 40 anos, foi indiciado por homicídio doloso.
Shopping
O Shopping Jardins enviou nota lamentando a ocorrência registrada no dia 11 de fevereiro, em suas dependências. "E informa que vem acompanhando o desenrolar do caso, desde o seu início, e prestando todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes. A filosofia do empreendimento é nunca faltar com o sentido de justiça, ética, cidadania e respeito às pessoas em todos os níveis. O Jardins sempre desenvolveu suas atividades de forma responsável, buscando prestar o melhor serviço à comunidade. Continuamos confiantes que todos os fatos serão esclarecidos com a devida serenidade", dita e-mail.


Por Caio Guimarães e Raquel Almeida
(Fonte: Infonet)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

PMA proíbe comércio de animais vivos nos mercados


A Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), após um prazo de 30 dias, estabeleceu que a partir desta sexta-feira, 24, não será permitido o comércio de animais vivos, como aves, cabras e animais domésticos, nos mercados centrais e setoriais. No total foram notificados 18 comerciantes, sendo nove no Albano Franco, cinco no Antônio Franco e quatro no Roberto Silveira.

"O prazo fatal é nesta quinta-feira. Todos os comerciantes foram notificados e estão cientes desta determinação. Ressaltamos que o nosso objetivo não é retirar o ponto do permissionário, mas tão somente proibir a venda de animais vivos. Eles poderão utilizar o espaço para outra atividade comercial", explicou Lucimara Passos, presidente da Emsurb.

Segundo Lucimara, há anos vem sendo debatida a situação do comércio de animais vivos nos mercados em razão das condições de como eles são dispostos. "Existe um movimento de entidades protetoras dos animais, assim como do Ibama, Adema e Ministério Público, que pede a retirada deste tipo de comércio", acrescentou a presidente.

As notificações aos comerciantes foram expedidas no dia 10 de janeiro, sendo estabelecido um prazo de até 30 dias. "Eles não atenderam a esse prazo, então demos 24 horas para que a determinação fosse cumprida", disse Silvana Gomes, gerente de Abastecimento. "Todos eles estão atendendo ao prazo determinado. Os comerciantes também podem agora solicitar a mudança de atividade comercial", ressaltou.

A casa mal assombrada


Nos anos 70 os carros passeavam pela praça tocando sucessos da época, canções de Roberto Carlos. A noite chegava, e os carros circulando pelas ruas. Isso era uma diversão de muitos, gastar gasolina passeando por toda a cidade. Pelo dia lavavam suas máquinas no Tanque dos Cavalos, e ali mesmo na sombra de três grandes baraúnas aplicavam cera e gastavam horas no polimento. Tudo para á noite circular e impressionar as meninas. Assim que saiam do Ginásio Cônego José Leal Madeira a juventude se dirigia ou para a praça do Coreto ou a da Matriz onde a paquera acontecia. Poucos tinham carro, porém quem tinha caprichava. Um dia, lá pelas 22 horas, à essa hora, moça nenhuma mais estava nas ruas. Alguém disse ter ouvido barulhos estranhos vindos de um casarão. O local era a casa de D. Creuza. Esta distinta senhora havia a pouco tempo se mudado para Aracaju e o casarão estava vazio. Por sinal ela é a mãe de Tanajura. Essa casa já foi demolida e no local foi construída a agência do Banco do Brasil de Frei Paulo. Bem ali na esquina da rua que vai dar no cemitério.
Ao lado, na época ficava a agência do IBGE, e meu pai Seu Bastos era o chefe. Um detalhe curioso, é que meu pai era um funcionário exemplar , seu trabalho com estatística era tão reconhecido pela impecável realização dos recenciamentos, que o IBGE, o recontratou mesmo depois de aposentado. Ele, contudo, tinha hábitos meio estranhos, bebia Pitu ao meio dia e dormia a tarde inteira. Mas passava a madrugada em claro digitando relatórios numa velha máquina de escrever Remington. Seu Bastos, era um cético e não estava nem aí para a barulheira no casarão de Dona Creuza.
Após as 23 horas uma multidão de curiosos se aglomerava na praça e a cada pancada, muitos se benziam e faziam o sinal da cruz. Beatas sentenciavam: “São almas penadas” outros moleques corriam para rua ao lado e jogavam mão cheia de piçarra no telhado, estas por sua vez desciam pelas bicas de zinco provocando um efeito sonoro fantasmagórico. Foi um pandemônio que durou dias. Foram ao padre João pedir para ele ir até a casa para fazer algum ritual de exorcismo para aplacar a fúria dos fantasmas. Mas, o padre João fez pouco caso para o pedido.
Era o assunto favorito em todas as rodas, na cidade inteira só se falava nisso: nas almas penadas que noite e madrugada adentro, arrastavam moveis e pareciam estar quebrando tudo no casarão. Mas com o passar dos dias, tudo voltou ao normal e a cidade seguiu sua rotina. Um dia bem tarde, fui ver papai na repartição e já era quase meia noite, então perguntei a ele. “Rapaz você não tem medo de trabalhar aqui justamente onde os fantasmas estão aterrorizando a cidade?” Ele com aquele riso maroto olhou para o portão e disse: “Olha lá os fantasmas entrando “ Quando reparei,observei uma meia dúzia de gatos passando pelo velho portão de ferro do casarão.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A caminho do açude


Foram incontáveis as vezes que fui ao açude de Frei Paulo. De baleadeira no pescoço, olhos atentos aos arvoredos, para matar passarinho. Hoje eu jamais faria isso, mas naquele tempo a gente até colocava sangue na forquilha para atrair mais vítimas, elas indefesas eram garrinchas e tizios. Esses pássaros pequenos eram os únicos que eu conseguia acertar, jamais uma rolinha ou nambu. Caçar e pescar eram coisas tão naturais na minha infância e servia para demonstrar nossas habilidades. Por isso, seguia para o açude, onde havia uma mata com muitos pássaros. Um dia eu meu amigo de infância Sergio Santos fomos justamente ali, próximo ao açude caçando, e de repente uma nambu bem ali nos nossos pé , ela estava dormindo e nem percebeu a presença dos predadores. Mostrei a Sergio e disse que ia pega-la de mão, mas ele prontamente disse perai. Pegou uma pedra bem redondinha, colocou no couro e a queima-roupa, ou melhor à queima-pena deflagrou uma pedrada certeira. A nambu voou e pousou uns cem metros adiante. Deve ter doído muito, mas não o suficiente para abater aqueça cobiçada ave. Ávidos por peixes e passarinhos, por um propósito único: comer, se alimentar. Naquele tempo nossa mesa não era tão farta assim, eram outros tempos, e para se sentir saciado nos tornamos caçadores e pescadores exímios. As vezes caçar só por caçar ou pescar só por pescar. Preenchia o tempo e dava prazer os passeios inesquecíveis em direção ao açude. Lendas povoam o imaginário dos freipaulistanos em relação àquele grande açude construído pelo DENOCS com o objetivo de armazenar grande quantidade de água para combater a seca daquela região.Foi justamente para combater a fome e a falta de água que o governo federal construiu açudes no semiárido nordestino. O açude de Frei Paulo, não me refiro, contudo ao açude Buri, esse parece mais um tanque grande na margem da Br 235, entre Itabaiana e Carira. O Çude de Frei Paulo tem uma barragem na fazenda que pertencia ao Dr. Rúbens e ai segue serpenteando até o Coité, margendo a fazenda que pertencia a Batista Felix. Ali o gigantesco reservatório de água doce, se mistura às águas salobras do Rio Salgado.
Já pesquei muita traira, tilápias, corrós e outros peixes como acará e cumatá que não encontrávamos no Tanque de Bebê nem no Tanque dos Cavalos, portanto valia a pena uma légua de caminhada para chegar até lá. O açude tinha um barco que usávamos para passear pelo seu leito, mas ao mergulhar em suas águas sempre sentir algo muito estranho, uma espécie de energia negativa, algo assustador. Um pescador me disse que isso é a agonia dos que morreram afogado em suas águas. Um jovem muito querido na cidade , conhecido como Viuvinha morreu afogado no açude. Eu era muito pequeno mas me lembro quando o seu corpo chegou a Frei Paulo ,fora trazido numa rede e as moças choravam sua perda, um cena muito triste.
Tem uma história de pescador que relata a existência nas águas do Açude Buri, de um peixe, um surubim , bem criado, “maior do que um homem” que até hoje vive em suas águas. Muito dizem ter visto o grande peixe e pescadores mais ousados , como Zé Barbeiro e Paulo de Miguezinho , já tentaram capturar o peixe com anzóis grandes , usando trairas médias como isca. Nunca deram sorte e até hoje o tal surubim vive por lá, vira e mexe é avistado por um popular. Muitos juram ter visto o bicho.
No inverno , o açude transborda e o seu sangradouro vira um rio de cachoeira e corredeira, num terreno atrás da barragem, cheio de lajedos , ai é uma festa da natureza e os peixes e pássaros se tornam abundantes, ir ao açude pescar , caçar ou mesmo tomar banho era uma aventura inesquecível.E olhe que as caçadas entravam pela noite nas faxiadas, mas ai é assunto para outro dia.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Noite de Ano Bom


A cidade de Frei Paulo de minha infância, era cheia de vida e alegria. Havia também a rotina. O acordar nas manhãs de sol e ouvindo a voz do velho Meliano entrecortar o silêncio da manhã: “Se compra alumínio veio cobre e metal, vrido vazio de loção e briantina, temos também o legítimo pó de caboco contra o veneno das cobras” ouvia-se também o cantar de pássaros , cacarejar de galinha e o barulho característico do manuseio de vasos de leite.
Mas tempo de festa era bem diferente e as festas de Frei Paulo eram muito boas. Mulheres e homens do campo vinham dos povoados, de Alagadiço, Mocambo, Catuabo, com suas roupas novas encher de alegria e brilho as ruas num vai e vem frenético. “Hoje é noite de ano bom” reverberava D. Zefa com uma vasilha na mão comprando leite de manhã cedinho a D. Altina.
A tarde, logo cedo , os brinquedos já estavam montados, trivoli, carrossel , tudo girava e aquela alegria interior , será que isso era felicidade? As vezes até roda gigante eles armavam na praça. Desfile de carros pelas ruas e velhos filhos da terra dando o ar da graça. “Olha só quem está ali, é o Silva, diz que tá é bem em Vitória da Conquista”.
O natal na Praça Capitão João Tavares, a praça do correto, ou mesmo a festa de ano novo atraia centenas e centenas de visitantes e a noite era garantida a diversão. Não se via brigas , era pura confraternização. Frei Paulo até hoje carrega a fama de lugar pacato.
Uma grande tradição dos festejos de fim de ano, eram as bancas de jogo. Elas ficavam lotadas, às vezes eu tentava enfiar a cabeça para assistir a rifa, mas não dava. “Essa é a injeitada” bradada o banqueiro com a última cartela na mão. As rodadas duravam no máximo 5 minutos e os prêmios: latas de goiabada e sardinha.
Depois da meia noite era comum ver os pais de família com um aspecto cansado carregando nos braços junto com a mulher os filhos dormindo e no outro pilhas generosas de goiabadas que daria para comer o ano inteiro.
Em outro local as barcas num vai e vem constante. As pequenas para as crianças, e as maiores para os jovens adolescentes, que se vestiam impecavelmente com suas melhores roupas. E puxavam a corda com força indo nas alturas. Frei Paulo na época, ostentava a fama de ter as mulheres mais bonitas, e de fato se for citar as mulheres belíssimas de minha cidade, nessa época, precisaria de outra página.
Festa na praça e também nas casas, com ceias inesquecíveis cujo prato principal era arroz com galinha , peru assado no forno e galinha cheia, recheada com farofa e ervilhas.
As festas eram mescladas com a religiosidade do povo. A igreja lotada para ouvir o sermão do Padre João que com um olhar bondoso abençoava a todos os freipaulistanos. Nas missas especiais de fim de ano ele caprichava na voz entoava cânticos com uma grande inspiração.
No clube da cidade, o Grêmio Sesquicentenário, bailes onde orquestras famosas se apresentavam, Los Guaranis , Os Medeiros,Os Vikings, Brasa 10, entre outras, que embalava em românticas baladas os casais apaixonados no salão de baile. Amplo com sua luz negra e globo. Não faltavam os hits de discothec, onde agresteiros desengonçados e cheios de cana, sapateavam noite adentro. Era uma festa mesmo. Fui a um natal recente em Frei Paulo e notei que somente as barcas sobreviveram a esse melancólico mundo atual, com televisão e internet. Naquela época isso não existia, mas dava pra ser bem feliz.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O gênio Zé de Graça


“A imaginação é mais importante que o conhecimento”

Quem numa tarde qualquer, via aquele homem branco, idoso, com seus óculos escuros pilotando sua bicicleta, que imprimia uma velocidade além do normal, uma barra circular monark ano 1974, equipada com marcha, e dezenas de outros acessórios, passando pela rua do cinema, virando na rua de Itabaiana onde ficava a casa de Seu Armindo. Seguia em direção à praça da feira cumprimentava aos que se abrigavam no Posto de Zé Onofre. Homem de semblante tranqüilo e idade avançada, mas o porte físico, magro e atlético de quem teve uma vida dividida entre a cidade a roça e a oficina no Bêco da Santa onde sempre morou. Estamos falando de um dos homens mais criativos e inteligentes de Frei Paulo.
Zé de Graça era um homem movido por descobertas, nunca foi à escola, não teve oportunidade de se aprofundar na ciência e talvez nunca tenha ouvido falar em energia quântica nem átomo, prótons e nêutrons, mas de sua oficina saia muitos inventos . Sabendo de sua fama como inventor, um dia matei a curiosidade e fui à sua casa. Confesso, fiquei surpreso com tantas criações. Suas telhas jamais saiam do lugar, pois inventou uma pequena peça fabricada em lata que segurava a telha, travando, tornando impossível ser removida pelo vento ou quem sabe pelos gatos que correm pelos telhados.
A casa lembra o laboratório do Professor Pardal, pedaços de peças de todos os tipos e por todos os lados, engenhocas inacabadas pelos cantos, carcomidas pela ferrugem. Algumas simples e outras de maior complexidade, que nem mesmo ele sabia explicar pra que servia. “Aqui é a rádio que eu fiz” Mostrou uma mine emissora de rádio onde tocava músicas e vez por outras falava para alguns ouvintes. No quintal, uma asa de avião. “Fiz mesmo um avião” disse ele, e de fato construiu no início dos anos 60 uma pequena aeronave. Fez o avião para ir para a roça. Voava baixo e costumava pousar na avenida José da Cunha. Naquela época não existiam os pés de oiti, e mais parecia um excelente campo de pouso. Da aeronave sobrou uma asa e alguns pedaços da fuselagem, pois o avião, fora destruído a golpes de foice por um sujeito barbudo e meio louco que atendia pelo nome de Rosendo de Catita.
Era um homem que só saia de casa em dia de feira. Sua esposa jamais foi vista na rua , não sei o nome dela mas lembro-me bem de sua fisionomia. Ela mirava sempre o marido com uma profunda admiração, quando o via discorrer sobre seus inventos. Os dias , os meses e os anos se passaram e Zé de Graça gastava os seus dias pensando, raciocinando... Tudo em sua casa funcionava por meio de botões, alavancas. Estou com sede, puxava uma alavanca e já vinha até a boca uma caneca de água do pote bem fresquinha. Já imaginou um homem inteligente como ele, vivendo em um mundo virtual como esse de hoje. Albert Einstein iria tirar o chapéu para ele por isso, nada mais justo do que encerrar essa crônica com uma frase do físico e humanista alemão autor da teoria da relatividade: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Mais duas pessoas morrem vítimas do acidente em Estância


Sobe para cinco o número de vítimas fatais do acidente ocorrido no último domingo, 19, na BR 101, localizada no município de Estância. Conforme já noticiado pelo Portal Infonet no local da tragédia morreram Josefina Alves Machado, de 54 anos; Vera Lúcia da Silva, de 48 anos e Camila Ventura Alves Lima, de anos 12. A informação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) o acidente envolveu dois veículos: uma caminhoneta tipo Brasinca, de placa BJL – 3827/SP, conduzida por Paulo Frutuoso, e um Stilo, de placa HZY 6724, licença de Aracaju.
Todos os ocupantes mortos estavam no veículo modelo Stilo que ficou completamente destruído. Socorridos e encaminhados ao Hospital de Urgência e Emergência de Sergipe (Huse) os ocupantes do carro identificados como José Ednaldo da Costa Santos, de 43 anos, e Edvan de Oliveira, de 46 anos, faleceram no período da tarde. Os corpos deram entrada no Instituto Médico Legal (IML) às 16h.
A equipe do Portal Infonet tentou contato na manhã desta segunda-feira, 20, com a assessoria de comunicação do Huse para saber o estado de saúde do condutor da caminhoneta, Paulo Frutuoso, mas a informação é que o nome da vítima não consta no sistema do hospital.

Conta Outra...


“Fez tanta presepada que acabou até famoso, mas num veio tão mentiroso ninguém pode acreditar”
Quem se lembra do personagem de Chico Anísio, o Pantaleão, esse cara mentia pra encardir e com suas estórias mirabolantes deixava qualquer um de queixo caído. Na minha infância, me deparei com personagens meio parecidos com ele, no distante mundo de sonhos e fantasias de minha infância em Frei Paulo. Impossível esquecer se o exemplo estava tão por perto. Meu próprio pai, seu Bastos que respondia pelo carinhoso apelido de Pipi , as vezes deixava no chinelo o velho comediante com suas estórias, fruto da mais fina lavra de sua imaginação . Sempre foi um homem de negócios, bar, bodega por último a Farmácia São Paulo que comprou de Paulinho da Farmácia. Ali no início da noite, por volta das 7 horas, enquanto as beatas papa óstias seguiam para a igreja, um grupo se reunia. Todos se tratavam por “compadre”. Compadre Rubéns (prefeito) Compadre Avelino, Compadre Justiniano, Faroaldo, Fleory, entre outros... As estórias eram tantas e tão diversas que narravam aventuras em todos os campos da natureza humana. Seu Bastos tido como homem dotado de rara imaginação, em outras palavras o mais mentiroso de todos. Seu Bastos só interrompia a prosa para atender algum cliente e mesmo assim não perdia a oportunidade de contar suas estórias. “Essa mulher entrou agora para comprar um xarope Vick, eu estive na fábrica a semana passada, trata-se de um passeio promovido pela indústria farmacéutica para mostrar como se fabrica os medicamentos. Fiquei impressionado com uma única folha de hortelã eles produzem 1000 frascos de xarope.”
Numa viagem ao Rio de Janeiro ele se recordou de um baile de carnaval à moda antiga quando foi cortejado pelas lindas beldades. Um galã se aproximou de uma linda jovem e a convidou para dançar , mas a resposta veio logo : "Não dá meu lindo eu estou afim mesmo é daquele sergipano ali” . Eram mais cabeludas as estórias quando partia para o quesito futebol ou pesca “ Fiquei conhecido no eixo Rio São Paulo como Belas Pernas um zagueiro que beira as raias da perfeição.” Mas não era o maior mentiroso da cidade, perdia para Osvaldo Belo . Este mentia com tamanha desenvoltura, a ponto de suas estórias por mais estapafúrdias que fossem, virassem no mínimo meias verdades. A fama de Osvaldo Belo batia na de Pipi e no veio Mané Fozinho, barbeiro do mercado municipal. Esse mentia com mestria, enquanto fazia barba cabelo e bigode. A história mais gozada de Osvaldo Belo, é a que relata uma virada de caminhão carregado de discos de vinil. Um disco voou da carga e caindo sobre um arranhento , um pé de juá, um espinho serviu de agulha a música não parava de tocar “Volte pra mim Duvalina meu amor”.
Passei a infância ouvindo essas e tantas outras estórias e contemplando a fama de Osvaldo Belo e outros famosos contadores de casos. Porém, a imagem verdadeira que guardo dele é de uma vida reclusa, dentro de uma oficina consertando velhas máquinas de costura, uma vida devotada à esposa Duvalina. Era um homem de poucas palavras e raramente era visto nas rodas, mas sua fama de mentiroso era indiscutível.
Quando havia um velório, a diversão estava garantida. Exímios contadores de estória varavam a madrugada narrando verdadeiros romances, eivados de fabulosas narrativas e fantasias impressionantes. Os contadores de estória mantinham uma cara séria e compenetrada,dando uma incrível aura de veracidade aos seus relatos. As rodas de mentirosos migravam de um lado a outro da cidade, hora no bar de Zé Pequeno, hora no bar de Diógenes que se chamava "O Exato", hora na farmácia de Zé Caixeiro.Ou na bodega de Zé Correia.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Grave acidente em Estância


Um grave acidente de trânsito ocorrido na manhã deste domingo, 19, na BR 101 deixou um saldo de três pessoas mortas e outras três feridas gravemente. Há suspeita que o motorista de um dos veículos envolvidos perdeu o controle da direção e rodopiou na pista, mas as investigações ainda não confirmaram estas informações colhidas pelo Portal Infonet no local do acidente.

De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu na altura do km 35 da BR 101, no município de Estância, bem próximo a um posto de combustível. O acidente envolveu dois veículos: uma caminhoneta tipo Brasinca, de placa BJL – 3827/SP, conduzida por Paulo Frutuoso, e um Stilo, de placa HZY 6724, licença de Aracaju.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está com dificuldades de identificar o condutor do Stilo, ocupado por cinco pessoas. Três delas faleceram no local do acidente e outros dois passageiros estão hospitalizados em estado grave, segundo a PRF. Morreram neste acidente, Josefina Alves Machado, 54, Vera Lúcia da Silva, 48, e Camilia Ventura Alves Lima, 12.
Local na BR onde o condutor de um dos veículos teria perido o controle

Estão hospitalizados, o condutor da caminhoneta, Paulo Frutuoso, e os outros dois ocupantes do Stilo, identificados como José Ednaldo da Costa, 43, e Edvan de Oliveira, 46. Ambos possuem habilitação e, devido à gravidade do acidente e o complicado estado de saúde de ambos, a PRF não soube precisar a identificação do condutor do Stilo, cuja lateral direita ficou completamente danificada.

Os corpos ficaram presos às ferragens e foi necessária a presença do Corpo de Bombeiros para resgatá-los. No momento em que o Stilo estava sendo rebocado, os bombeiros perceberam que existia mais um sobrevivente: um cachorro da raça poodle, que estava preso às ferragens e foi resgatado pela equipe do Corpo dos Bombeiros.

Na caminhoneta, Paulo Frutuoso seguia com destino a Recife, no Estado de Pernambuco, na companhia da irmã, cuja identidade foi preservada, e do sobrinho, um bebê de apenas um ano de idade. A irmã e a criança sobreviveram, ilesos,
Caminhoneta guinchada: frente destruída

segundo a PRF. Mas a irmã de Paulo Frutuoso não soube dar detalhes sobre o acidente. Aparentemente muito nervosa, ela disse apenas que estava de cabeça baixa.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Delegado não apresenta suspeito de morte no Shopping Jardins


O principal suspeito pela morte Leidson Reis dos Santos, assassinado dentro Shopping Jardins depois de se envolver em desentendimento com seguranças so empreendimento, não foi apresentado à imprensa, como era o esperado. O delegado Flávio Alburque, que está à frente das investigações, já tem convicção do homicídio e, na manhã deste sábado, 18, apenas apresentou detalhes da prisão do suspeito.

O delegado recebeu jornalistas na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para falar sobre a prisão do segurança, que foi realizada depois que o juiz da 8ª Vara de Execuções Penais expediu mandado e as investigações ainda prosseguem.

De acordo com o delegado Flávio Albuquerque, todas as provas materiais e testemunhais foram avaliadas de maneira cautelosa para que se fossem definidas as responsabilidades individuais de todos os envolvidos. Com isso, o segurança Carlos Alberto Santos, de 40 anos, foi preso na tarde da sexta-feira, 17, na residência em que vive, no Bairro América.

No entanto, a prisão do segurança não decretou o fim das investigações. O caso continuará sob apuração, é o que confirma o delegado. “Ainda faremos mais diligências e análise dos vídeos para verificar se não há qualquer irregularidade. Caso haja mais responsáveis, todos serão levados a julgamento”, assegura.

Confusão e morte

Após ouvir testemunhas, avaliar as imagens das câmeras de segurança do shopping e a filmagem de um celular de uma testemunha, a polícia pôde confirmar que a morte foi ocasionada por um homicídio. Segundo Flávio Albuquerque, Leidson Reis dos Santos entrou no estabelecimento por volta das 22h45 e se dirigiu a uma lanchonete. Como não conseguiu atendimento, ele iniciou uma confusão, mas os seguranças conseguiram retirá-lo do local e orientaram o homem a seguir para outro lugar.

Ele se dirigiu para uma loja de roupas, que estava fechada para atendimentos, e os funcionários permaneciam no local fazendo arrumação. Mais uma vez tentou ser atendido e, como não conseguiu, teria trocado agressões com o gerente e um funcionário da loja. Nesse momento, conforme o delegado, os seguranças o imobilizaram. “A condução feita pela segurança do shopping foi correta e legítima, mas, ao chegar próximo da saída, ele [Leidson] se soltou e começou a brigar com os agentes”, narra o delegado.

Foi nesse momento que o segurança Carlos Alberto Santos aplicou o golpe conhecido como mata leão na vítima de homicídio. A ação foi feita para imobilizá-lo, mas testemunhas do homicídio relataram à polícia que houve excesso. “As pessoas diziam que já era suficiente e que Leidson acabaria morrendo, mas Carlos Alberto se recusava a soltá-lo”, continua Flávio Albuquerque.

O laudo do IML indica que a causa a morte foi ocasionada por insuficiência respiratória por conta de uma fratura da coluna cervical, provocada pela imobilização feita pelo segurança. Carlos Alberto disse à polícia que o golpe não provocou a lesão, que teria sido ocasionada pela queda sofrida na luta.

Há informações que as imagens enviadas à Polícia teriam sido editadas.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Programação do Bloco Rasgadinho


O Bloco é o mais famoso do carnaval de Aracaju, atrai milhares de foliões. Fundado em 1962, completa 50 anos de muita animação na ruas de Aracaju.
Confira programação do Rasgadinho
Neste ano, bloco trará uma programação 100% sergipana


Confira a programação completa:

SEXTA-FEIRA (17/02)
No Palco Principal, localizado no ‘Coração da cidade’ (Av. Pedro Calazans esquina com rua Maruim)
20h - Geração do Frevo
22h- Arimatéia e Orquestra do Frevo
00h – Los Guaranis


SÁBADO (18/02)
Cortejo
14h – Carla Izabela ( Trio Elétrico) e bandinhas de frevos
Saída : Do Clube do Rasgadinho (Rua Riachão esquina com Maruim)
Palco Principal, localizado no ‘Coração da cidade’ (Av. Pedro Calazans esquina com rua Maruim)
17h -Orquestra de Frevo Cajuína
19h- Geração do Frevo
22h – Rogério
00h – Medeiros Orquestra de Frevo


DOMINGO (19/02)
Cortejo
14h – Carla Izabela (Trio Elétrico) e bandinhas de frevos
Saída : Do Clube do Rasgadinho (Rua Riachão esquina com Maruim)
Palco Principal, localizado no ‘Coração da cidade’ (Av. Pedro Calazans esquina com rua Maruim)
17h- Orquestra Frevo Arimatéria
19h- Orquestra do Rei
22h – Banda Água de Cheiro
00h- Orquestra Peito de Frevo


SEGUNDA-FEIRA (20/02)
Cortejo
14h – Geração do Frevo
Saída : Do Clube do Rasgadinho (Rua Riachão esquina com Maruim)
Palco Principal, localizado no ‘Coração da cidade’ (Av. Pedro Calazans esquina com rua Maruim)
17h -Banda Cajuína
19h - Big Banda
22h – Banda Naureia
00h- Banda Los Guaranis


TERÇA-FEIRA (21/02)
Palco Principal, localizado no ‘Coração da cidade’ (Av. Pedro Calazans esquina com rua Maruim)
17h- Matinê para Crianças- Carla Izabela
19h – Guita Frevo
22h – Los Guaranis

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Baú de Reminiscências


No dia 13 de janeiro, a cidade de Frei Paulo parou para homenagear Maria José de Jesus, ela completou 108 anos de vida e seu aniversário se transformou em um evento que conta com a participação de inúmeros admiradores dessa mulher. Ela foi levada ainda jovem para a fazenda Salgado, propriedade de Oviêdo Teixeira . Ali ela viveu toda uma vida e ainda lúcida , conta com detalhes a relação com os sete filhos de Oviêdo e Alda. Ela é um verdadeiro baú de reminiscências. Relata Maria que os anos mais felizes de sua vida foram aqueles e lembra das comidas que preparava para a Família Teixeira que após uma semana de trabalho se refugiavam num mundo de paz e alegria na Fazenda Salgado . Além dos pratos deliciosos, típicos da região como a carne frita, rabada, galinha de capoeira, tudo com seu tempero especial que deixava o ar com um aroma de dar água na boca. Maria José ainda os brindava com iguarias nas sobremesas a exemplo das balas de mel e doce de mocotó.
Hoje aos 108 anos, morando numa casa na rua Itabaiana no centro de Frei Paulo, guarda debaixo da cama caixas empoeiradas com recortes de jornais , fotos e folhetos editados pela família Teixeira . Enquanto falava dos tempos inesquecíveis que viveu, segurava nas mãos um livro comemorativo dos 80 anos de Oviêdo Teixeira. Mirava a foto e daqueles olhos rodeados de infinitas pálpebras e melancolia , lágrimas rolaram. Maria teve 4 filhos e atualmente mora com Vânia, uma jovem que cuida dela com muito carinho , como se fosse sua mãe. Foi casada com Elísio, ele era um trabalhador que vivia de roçar pastos e outros serviços. Quando ele se foi, Oviêdo foi até a sua casa e prometeu que a partir daquele dia, ela não passaria mais necessidades, e realmente cuidou de Maria e sobretudo, conquistou sua eterna admiração. O senador Lauro Antônio, neto de Oviêdo Teixeira, todos os ano organiza uma animada festa para comemorar o aniversário de Maria José.Uma mulher que é motivo de orgulho para a cidade de Frei Paulo.