segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Grossura x Lesma de Pau


Quem nunca sonhou ser um jogador de futebol? Pois eu nunca sonhei, apesar da paixão platônica pela bola sempre tive plena consciência de minhas limitações quando se trata de habilidade com a pelota. Na minha infância em Frei Paulo sempre fui o dono da bola e escalado para jogar no gol. Isso gerou em mim uma profunda frustração e por essa razão, há muito tempo não jogo bola, nem no sonho. Mas essa semana joguei no pesadelo. Acho que exagerei um pouco no jantar e quando me envolvi no sono profundo, estava já em campo. Era uma partida estranha . Minha irmã era a minha técnica e com a sua simpatia que lhe é peculiar, foi logo sentenciando. "Prepare-se para perder. você está na final da copa que vai eleger o pior jogador do mundo" Eu? Olhei para os lados e a torcida era um bando de zumbis enfurecidos, jogavam tomates podres e toda sorte de porcaria. O campo tinha as dimensões de uma quadra, uma paredinha e tela. Do lado direito a torcida do meu adversário o Lesma de Pau. Do esquerdo a minha torcida que gritava com vigor: "Grossura, Grossura". Onde diabos me arrumaram esse apelido. Perguntei à técnica porque eles torciam por mim . Ela foi curta e grossa explicando que eles eram torcedores descontentes com o Lesma de Pau e que revoltados torceriam por qualquer um que estivesse ali. Minha tocida parecia maior. O juiz era um cara gordo, canecão de cerveja na mão, olhar de durão usava uma camisa puída do Vasco. Pelo seu bigode parecia um português. O apito uma mine flauta tinha o som de buzina de trem. Minha técnica disse que pesquisou o adversário, Lesma de Pau por muito foi considerado um crac, jogava no CSU, sempre na reserva , mas o alcolismo o afastou dos campos e passou a jogar buraco.


O juiz apitou fomos para o centro do campo, comecei a me aquecer dando pique no lugar e flexão, quando ouvi um estalo. Aí foi o meu menisco. Chamaram o massagista quando o negão que lembrava Geraldão entrou correndo fiquei bom na hora. E saí correndo...


Quando o jogo começou via bola rolar com desenvoltura nos pés já não tão hábeis do Lesma, vi também a pelota escapolir na minha direção na altura ideal para soltar aquele canhão. Mas quando chutei parecia que tinha chutado uma bola de assopro, a bola foi para o lado batendo na parede e voltando ao campo adversário. Olhei ela no centro e ví a marca "canarinho", ninguém merece. O jogo todo só dava isso, os goleiros dormiam o tempo todo na rede . A bola era muito leve por isso nem eu nem o Lesma conseguia uma finalização, tudo ia parar na parede. O primeiro tempo acabou zero a zero e fui para o vestiário ouvir os xingamentos de minha técnica. Ainda antes de voltar a campo o reporter Pingo de Qualhada me perguntou sobre o jogo. Eu falava como um jogador profissional,cuspia a cada três palavras e disse que iria levantar a cabeça e sair com um resultado positivo. Numa mesinha ao lado destinado à crônica esportiva. o comentarista Wellington Golias , o diabinho, de rabinho e tudo, fazia , um efusivo comentário "passes perfeitos e sincronizados" "devoluções precisas" por fim arrematou: a parede foi a maior figura em campo em campo. O segundo tempo prosseguiu com um festival de micos e quixotadas. Ainda bem que acordei antes do fim do jogo.

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