sexta-feira, 25 de maio de 2012

Um mago da prosperidade


Como vovó já dizia, mesmo que o inverno fosse fraco, as roças de Chiquinho do Sal prosperavam. Esse nasceu com uma estrela. Um comerciante nato, sua trajetória valiosa, lendária. “O homem mais rico de Frei Paulo”, ainda pequeno recordo os comentários. E lembro muito bem dele em seu casarão na Av. José da Cunha. Era um homem que saia pouco e sua aura de ricaço permitia sair desfilando com seu opala comodoro branco. Falavam que ele enriqueceu vendendo sal, o que acho pouco provável, afinal esse não é um produto de grande valor agregado. Sua fortuna não surgiu do dia para a noite, foi uma vida inteira de trabalho. Ele era muito pobre e humilde, natural de Itabaiana, escolheu Frei Paulo para fincar suas raízes. Casou-se com Edite Alves, Dona Caçula, uma senhora muito zelosa que soube educar e criar os 12 filhos de Chiquinho do Sal. Era um homem respeitado pelo seu empreendedorismo e enquanto expandia seus negócios comprando terras e aumentando seu rebanho, não faltavam convites para participar da vida pública de Frei Paulo, mas ele nunca aceitou participar da política, pelo menos diretamente, sua participação era sempre nos bastidores. Participava da vida econômica e política do município com muita discrição, aliás, isso sempre foi sua marca registrada. Foi um homem que ajudou muito a desenvolver a economia do município. Era às vezes invejado pela sua aura de milionário.
A agência do Banese de Frei Paulo, reinaugurada no terceiro mandato do governador João Alves, leva o seu nome, numa justa homenagem a esse produtivo cidadão. No passado havia apenas sete agencias no interior do estado e sua fundação teve sua efetiva contribuição. Ele fez na época vultosos depósitos na agência, carreando recursos seus de outras cidades, conseguindo assim a liberação do Banco Central para a agência funcionasse. Ele teve essa preocupação porque sabia que sem a presença do Banese a cidade seria muito prejudicada em seu desenvolvimento. Por coincidência seu neto, Francisco Neto ocupou a diretoria do Banese por muitos anos fazendo um grande trabalho em prol daquela instituição financeira. Afinal como dizia o próprio avô que detinha muita sabedoria no trato com as finanças: “O mundo é dos otimistas” E era ele um exemplo de otimismo, um homem que amava desafios e que nunca levou em conta a palavra “crise”. Acreditava na força do trabalho e com isso, vivendo honestamente e sem opulência ajudou a consolidar o progresso da cidade. Outra grande riqueza que conquistou talvez a mais gratificante foi a virtuosa família que constituiu. Chiquinho do Sal sempre foi um símbolo da prosperidade e inveja, ele tirava de letra, afinal nada melhor do que sal grosso para cortar esse mal.

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