sábado, 19 de fevereiro de 2011

A Ditadura era muito burra




Em l980 vencemos a eleição no Atheneu Sergipense para comandar aquele que era o mais oposicionista dos grêmios estudantis. Por onde havia passado Wellington Mangueira e tantos outros colegas comunistas. A chapa Ação que havia sido derrotada na eleição passada tendo como presidente Marcelo Déda, se reerguia desta feita, tendo Marcelo Barreto como presidente e eu como vice. Na verdade os grêmios livres tinham sido todos eliminados pela ditadura militar, pois as entidades faziam política estudantil voltada para conscientização política, e as apostilas marxistalenilistas faziam parte de nossas leituras favoritas. Foram criados os "centros cívicos" entidades pelegas cujo os atos políticos mais releventes se resumiam a astear o pavilhão nacional ou organizar cansativos e enfadonhos sarais de poesia.
Naquela época ressurgia com força o movimento secundarista e nos reuniamos em uma pequena sala no DCE da Rua Campos, além do espaço, o presidente do diretório central dos estudantes da UFS, Clímaco César nos sedia também uma mine off set para confeccionar nossos panfletos e jornais.
Tinhamos colegas em quase todas as escolas . No curso Visão, no Pio Décimo, no Tobias Barreto, o movimento só crescia e a nossa bandeira era meia passagem, regulamentação dos grêmios livres.
No Atheneu, sofremos muita perseguição política por parte do prof. Leão Magno Brasil, ele era um fascista até debaixo d´água. Usou dos expedientes mais escusos para não dar posse a nossa chapa vitoriosa. Tivemos que impetrar um mandato de segurança para tomar posse. Mas a medida judicial não foi necessária porque o secretário de educação Antonio Carlos Valadares (exemplar democrata) nos chamou a seu gabinete e garantiu nossa posse.
Mas as perseguições na escola não pararam, fui suspenso por 15 dias acusado de ter andado de bicicleta nos corredores da escola . Colegas de nossa chapa eram pressionados pela família , os pais eram chamados e diziam que eramos comunistas , verdadeiros marginais .
Na verdade, pouco tempo depois, pressionado pela família, Marcelinho deixou o Atheneu e quando regressei das férias fui comunicado que todas as diretorias dos centros haviam sido cassadas e um edital assinado por Valadares recriava os grêmios livres. Para nossa surpresa as convocações de chapas para concorrer estavam expiradas foi tudo arranjado para nos excluir do processo.
Mas nem por isso a nossa geração deixou de lutar. O Movimento Secundarista promoveu um encontro estadual que aconteceu no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe que foi um sucesso. um embrião para as grandes conquistas do Movimento Secundarista de Sergipe.
Eu continuei atuando politicamente. Perticipava de atos públicos e reuniões . Uma noite sai para colar cartazes com dois grandes guerreiros , Goisinho e Marcelio Bomfim. Era a luta contra a Lei de Segurança Nacional. Depois veio a luta pelas Diretas Já. Paralelarmente surgia o PT. Nos reuniamos numa salinha no primeiro andar do Cine Pálace. O PT eram 10 pessoas. Tenho plena certeza que a luta valeu a pena, apesar dos dissabores.
Como esquecer de colegas como Djenal Nobre , um grande batalhador pelos direitos dos negros e dos estudantes. Do prof. Diomédece que nos dava uma linda aula de socialismo. Outro dia visitando minha ficha no Atheneu me deparei com um relatório absurdo sobre minha pessoa , cunhado por um facínora, algo que bem lembra os tempos negros da repressão e da ditadura que cometeu tantas injustiças , torturas e crimes terríveis. Além de burrices é claro. Ao invéz de me sentir ofuscado por aquelas palavras tão mentirosas anexadas ao meu histórico escolar, senti foi orgulho de minha trajetória como estudante. Se pudesse voltar atrás faria tudo outra vez.
Tive a oportunidade de conviver com pessoas inteligentes e especiais , eles eram na época caluniados e faziam questão de coloca-los na condição de monstros, Só porque queriam justiça social e direitos para o povo. Hoje eles são tratados como heróis. Na verdade a ditadura era muito burra. Prendia e sumia com pessoas que jamais mereciam aquilo. Em Sergipe a Operação Cajueiro( 1976) deixou marcas terríveis e como bem disse o jornalista Milton Alves, a imprensa local silenciou diante de tamanha atrocidade. Na verdade a ditadura militar era muito burra. Um velho comuna, certa feita me contou que em 1964, em pleno golpe militar a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura) divulgou na América Latina um cartaz contra a miséria . No referido cartaz via-se uma criança negra com um pratinho vazio na mão. Conta o velho comuna que muitos companheiros foram torturados e levados ao pau de arara. Do outro lado entre um choque e outro o torturador repetia "Vamos rapaz eu sei que você sabe quem é esse subersivo fdp, esse tal de Unesco"

3 comentários:

  1. O seu blog é muito interessante fala diretamente como foi a historia do noss país como foi a ditadura noss é muito legal eu votar a estudar historia de novo ta de parabens

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