sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

REBELDIA E RECLUSÃO


Nos anos 40, após a segunda grande guerra, tudo era muito certinho. Se um cantor não ficasse rubro entoando seu vozeirão não prestava. Cabelos alinhados , gestos previsíveis, uma juventude bem comportada . Foi aí que entrou em cena o escritor J. D. Salinger com sua memorável obra "O apanhador no campo de centeio". Ele ousou romper com toda aquela formalidade patética que perdurou até os anos 60 quando os jovens resolveram romper com toda aquela caretice. Ele com certeza é o embrião de toda a rebeldia da juventude. Ele com muita simplicidade conseguiu sintetizar o que vem a ser a mudança da adolescência para a fase adulta. Usou e abusou dos palavrões. Com certeza uma das fases mais contraditórias na vida das pessoas é a juventude. A obra é muito famosa e por isso muita gente que lê "O apanhador no campo de centeio" fica frustrado , esperando algo inovador. Mas isso não acontece. Eu mesmo, estaria mentindo se falasse que li o livro. Mas ao saber da morte do autor ontem, corri para o google para pesquisar sobre o livro e pude ler alguns trechos. Muitos esperam filosofias (óbvias) que nunca aparecem na leitura, por isso se decepcionam. Mas logo se familiarizam com o tema.

O escritor morreu ontem, com mais de 90 anos, dos quais 50 foram de absoluta reclusão. Nunca se viu alguém tão avesso à fama como Saliger. Nem sequer permitiu que sua obra fosse filmada, o que com certeza renderia mais alguns milhões a sua gorda conta bancária. Mas agora que ele se foi, o livro merece uma leitura cuidadosa e reflexiva. Cada um se identifica do seu jeito com a sua linguágem, alguns até deturpam, como foi o caso do americano Mark Chapman que ao FBI declarou que foi no "O apanhador no campo de centeio" que buscou inspiração para perpetrar o bárbaro assassinato de Jhon Lennon.

Nenhum comentário:

Postar um comentário