quinta-feira, 26 de junho de 2014

Maioria dos 'paredões' é comandada por traficantes

Orgias com adolescentes promovidas por empresários estão na mira do juiz Manoel Costa Neto, da comarca de São Cristóvão. Munido de informações e fotografias, o magistrado não tem dúvida: a maioria das festas com paredões de som é tomada por traficantes de drogas e exploração sexual de menores de idade. Além disso, Costa tem a informação de que a segurança desses eventos é realizada por policiais militares e até do Exército. Pelo menos 40 pessoas já foram presas e seis lugares interditados. Trata-se de uma rede de festas regada a drogas, sexo e álcool. A rede de prostituição infantil não é exclusividade de São Cristóvão e Mosqueiro. Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro também fazem parte do roteiro dos empresários que ganham, no mínimo, R$ 10 mil por festa, diz o magistrado. Mas não é fácil incriminar alguém que aluga chácaras para realizar esses tipos de festas. No entanto, o juiz não tem dúvida de que a maioria das festas com paredão de som é ligada ao tráfico de drogas e há exploração sexual de adolescentes. “É uma rede humana perversa, muito perversa, denuncia o magistrado”. Para tentar coibir esse tipo de festa, o juiz tem contando com o apoio da Polícia Militar e Conselho Tutelar. As operações estão acontecendo há dois meses, mas o trabalho é muito difícil. À reportagem do JORNAL DA CIDADE Manoel Costa Neto disse que essas festas são verdadeiros bacanais e têm promovido a exploração sexual de adolescentes, com consumo de drogas e álcool por menores. Ainda de acordo com o magistrado, nas festas prostitutas são contratadas para fazer estripe e incitar adolescentes a fazerem o mesmo. “Os empresários pagam até R$ 300 para as prostitutas fazerem estripe, o que acaba estimulando algumas menores a fazer o mesmo”, atesta o juiz. Segundo ele, esse tipo de festa não conta com a mínima segurança para o público alvo que, geralmente, é formado por adolescentes de 14, 15 e 16 anos de idade. Quanto a família desses jovens, o juiz acredita que não saiba. “Tem muita família que não sabe nem onde o jovem está à noite”, observa ela. Para Costa, falta vigilância da família.

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